Eu canto
canto a dor, a flor, o choro,o espinho
o sangue que goteja, as olhos que lacrimejam
Eu canto
o suor,o sorriso, o cansaço, a solidão
sonhos vividos, sonhos algozes, sussurros e escuridão
o meu riso,os meus riscos e rabiscos,minha letra e meu esboço
e me pergunto: quem sou?
Eu canto
a beleza das flores do mato ninguem liga, mas eu as vejo, eu vejo ceu, eu sinto o vento
eu contemplo o vento e o tempo .
eu agradeço.
Eu canto
a raiva , a destruição, o fogo, o chão e a terra.
Eu canto
tudo que ninguém vê, tudo que parece ser em vão
eu vejo ,eu penso e digo Amem.
Eu canto
o meu choro, o meu pranto,meu desespero
eu não aprendi a aliviar a minha dor.
eu há tenho aqui comigo, lendo minhas linhas.
Eu canto
uma canção oriunda de mim,
de quem eu penso que sou, mas desconheço alguém com tamanha desordem dentro de si, quem eu realmente poderia ser?
Eu canto
os dias, as gotas da chuva, o latindo do cão o miado do gato..
Eu canto
o passeio que não fiz, o sorriso que nunca vou dar..
Eu contemplo meu canto ele é quente,suave com gosto agridoce,com um pouco de fé, um pouco do que nunca será.
Meu canto
ele é miúdo tem o tom do silencio e ele sabe tudo de mim.
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