domingo, 21 de janeiro de 2024

Os porques e como cheguei aqui

Eu gosto de fins, não de começos é entediante,todo aquele movimento, o esforço de entender e se fazer compreender, a luta de ser quem se é, e quem o outro acha que você deve ser.

Não obstante,eu, te digo no improviso, que não leio rimas, nem poesias, porque a mim não apetece,sou frívola,inerte e equivocada e vez por outra, eu, simplesmente não gosto, me perdoei se isso lhe causa algum tipo de horror, ou não, sei lá de verdade, eu não me importo!

Eu bebo, vinho e tomo cerveja, aprecio a arte e leio, deveria ler mais, eu acho,suponho que a vida seja mais que isso.

Eu já tive uns sonhos bons, eram realmente bons, eu ainda os vejo, mas não os tenho, e impossível são impraticáveis com a minha realidade e a realidade é bruta.

Eu me descreveria como uma desiludida,sem fé, com pouca expectativa com relação a humanidade, ainda bem que estamos no fim, não é mesmo?! 

Eu desisti, só sigo o caminho e não deixo a vida levar pq parece que ela não sabe onde vai me depositar e eu não gosto de lugares sujos com baratas.

Controladora, o psiquiatra disse -eu ri - ele se surpreendeu - eu concordei- porem, em minha defesa eu digo na mais sincera honestidade, nunca tinha pensado dessa forma.

Nem sempre foi sobre controle, sempre foi sobre a responsabilidade, o compromisso e a responsabilidade a mim confiada, trabalho, minha vida, e pessoas, não seria surpresa,ser uma idiota entusiasta de humanas! Para depois de tudo descobrir que tudo e nada menos sobre desoneração da folha de pagamento, tudo é uma grande "roma", alias, como vi recentemente o que evoluiu, foram as guerras. não os homens, eu hoje, sim, bebi vinho.  

Bebo,tenho cachorros e não sei das coisas, essa sou eu.


quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Carta a amiga

 Carta a amiga


Prezada,amiga Vida!


Fico feliz que tenha se lembrando de mim! Mas, ao contrário do que me disse, as atitudes do universo não tem sido à contento, contínuo triste,cansada e absorvida pelas situações da "vida".


Não tenho visto além do horizonte,nem sei se o "além" existe é muito menos o horizonte!


O caso é que continuo a "nadar", não está agradável e não tenho mais essa vontade de seguir, talvez devesse deixar a "vida me levar" como aconselharia o Zeca, mas adquiri uma ansiedade exacerbada e não estar no controle e sentir a onda me carregando me leva ao pânico!


Enfim, querida amiga Vida,você me pregou uma grande peça e minha mente,hoje, é "uma prisão sem muros" como já disse o mestre dos magos,me desculpe por falar sobre ele,sei que não gosta,mas há de convir que você tem andado bem igual a ele, sem respostas, só perguntas é some do nada!
 

Aguardo ansiosa sua resposta....que suspeito que não vira....









quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Eu Canto

 Eu canto 

              canto a dor, a flor, o choro,o espinho

             o sangue que goteja, as olhos que lacrimejam

Eu canto

             o suor,o sorriso, o cansaço, a solidão

             sonhos vividos, sonhos algozes, sussurros e escuridão


Eu canto 

             o meu riso,os meus riscos e rabiscos,minha letra e meu esboço

             e me pergunto: quem sou?

Eu canto

           a beleza das flores do mato ninguem liga, mas eu as vejo, eu vejo ceu, eu sinto o vento

          eu contemplo o vento e o tempo .

          eu agradeço.

Eu canto

             a raiva , a destruição, o fogo, o chão e a terra.

Eu canto

            tudo que ninguém vê, tudo que parece ser em vão 

            eu vejo ,eu penso e digo Amem.

Eu canto

            o meu choro, o meu pranto,meu desespero

             eu não aprendi a aliviar a minha dor.

             eu há tenho aqui comigo, lendo minhas linhas.

Eu canto

             uma canção oriunda de mim, 

             de quem eu penso que sou, mas desconheço alguém com tamanha desordem dentro de si,  quem  eu realmente poderia ser?

Eu canto 

             os dias, as gotas da chuva, o latindo do cão o miado do gato..

Eu canto

            o passeio que não fiz, o sorriso que nunca vou dar..

Eu contemplo meu canto ele é quente,suave com gosto agridoce,com um pouco de fé, um pouco do que nunca será. 

Meu canto 

              ele é miúdo tem o tom do silencio e ele sabe tudo de mim.




lecarl

terça-feira, 6 de outubro de 2020

Os Encontros nada geniais de Alberto e Flora.

Depois, de varias sugestões eles finalmente chegaram num denominador comum, eles jogaram os dados e foram se encontrar na Flip, para ele um lugar emblemático para Flora,por causa dele,acabou sendo.

 Paraty,Rj- Flip - Um ano qualquer, ainda sob os efeitos da pandemia.

Não chovia e não estava aquele calor voraz , o clima estava mesmo muito fresco, só andavam lado a lado pelas ruas de pedras irregular,o cheiro do ar, atmosfera tudo era muito acolhedor.   As ´pessoas caminhavam de um lado para outro, pelos stands, respeitando a sinalização de ir e vir pelos corredores, o álcool gel ainda permanecia como cartão de visitas nas portas, enfim o clima de descontração foi o que os levou pelas mãos, mesmo que ainda silenciosos eles tinham muito ainda há dizer,mesmo que tudo já tivesse sido tido, horas escrito, horas desenhados, horas em emotions...em vários dias de silencio outrora. 

Dormiram na sacada do apartamento, a ideia era ver o amanhecer,mas Flora dormiu por causa do vinho, aconchegada no peito de Alberto e ele por sua vez adormeceu a vendo em paz. Torcicolo a parte e dores nas costas os fizeram entender que a melhor opção era ver o por do sol do dia seguinte na praia, e assim o fizeram.

Ir embora sempre era algo partido,rasgado e apertado, tantas escolhas, tantas coisas,tanta gente,tanto tempo e eles ali.Ainda se despediam como sempre e sempre. Foram embora carregando cada qual seus livros, Flora e seus livros feministas e de fantasia carregando consigo um doce conforto e Alberto com suas longas pernas carregava seus livros e um pouco do cheiro de Flora e fiapos do cabelo dela ainda dormiam em sua jaqueta. ( Alberto nunca os tirava ele sabia que não era proposital )

- Esta com cabelos meus na sua jaqueta!- Sorriu e continuou - Voêe sabe que eu não tenho controle sobre meus cabelos! Eles caem onde mais lhe convém! 

Era o doce ressonar da despedida.

Flora seguiu falando enquanto a fila para o ônibus se movia - Vamos no Rock in Rio? 

Era sempre assim que os encontros e reencontros ganhavam forma. 

O arquiteto dos encontros sempre fora Alberto, Flora sempre tinha ideias, mas toda a engenharia, pesquisa,cada ponto, cada vírgula e respiração era milimetricamente calculado por Alberto, e tudo que Flora queria era morar nas reticências e no "finito enquanto dure", durou o tempo justo,o tempo que os sonhos duram,assim era o "para sempre deles"...together..juntos.

Rock In Rio

Flora, ainda imaginava o que Alberto poderia estar pensando sobre ir ao Rock In Rio quando chegou à casa e recebeu uma mensagem curta : - Eu vou.

O convite foi aceito, a roda dos dias começou a girar, os dados estavam suspensos no ar, o convite era para assistir ao show da grama...estranho? Para eles não, nunca nada seria estranho se permanecessem um na companhia do outro, mesmo que daquele jeito.

Sentados na grama, em cima de uma imensa toalha que Flora levou, ela o olhava curiosamente - Achei que não aceitaria?

- Eu estou aqui! sorriu Alberto.

Nada foi chato! Nada! A grama pinicou um pouco, o tempo voou, eles cantaram, tomaram agua, refri e cerveja quente,quase fizeram xixi na roupa por causa da fila do banheiro,comeram aqueles sandubas horríveis, riram de tudo e reclamaram de tudo como velhos que são! 

Ao fim,quando finalmente chegaram a porta do hotel o sol se levantava e "Drumond" estava sozinho sentado na praia,eles caminharam em direção a ele e ao nascer do sol eles sabiam de novo que seria "eterno enquanto durasse".

Mais, uma despedida, cada um retornou ao seu lugar. 

Flora retornava versada nos poemas de gestos gentis de Alberto, ele por sua vez levava um pouco da alma rockeira de Flora que via shows sentada na grama.

De volta ao mundo,eles sabiam que um dia sentariam juntos numa varanda para falar da Flip e do torcicolo, da rock in rio e da grama e da cerveja. E quando a lua chegasse ao seu ponto mais alto no céu eles estariam indo dormir porque são almas gentis e velhas,com muita vontade de amar para sempre um ao outro.






terça-feira, 25 de agosto de 2020

O Breve - OI! -de Luisa

As lágrimas ainda não secaram.

Quem sabe se algum dia secará?

Dos teus dos olhos amêndoas, eu os guardo  dentro dos meus, a expressão apertada de quando o sorriso dominava seu rosto...sempre sorrindo. Sempre brincando...sempre vivendo.

Sempre soube que comer e uma das alegrias que temos na vida!  Luísa  tinha pressa de comer tudo, de experimentar tudo, se lambuzava de brigadeiro com biscoito maisena e comia brócolis com batata frita não tinha cara feia ou a famosa frase” – Eu não gosto disso!.”

E ainda me dizia:- “só mais um pedacinho,né?!”

Agora eu entendo a sua pressa em experimentar tudo!

Sua necessidade ininterrupta de estar todas as horas do dia com sua mãe,havia muito para transmitir e o relógio não parava, ele continuava marcando as horas, o tempo, o espaço e a vida!

E ainda tinha que dividir este tempo com um tanto de gente!

E então, o tempo acabou e perdemos o controle daquilo que jamais foi controlado por nós.

VIDA.

Estamos atrelados por laços que o relógio do tempo não pode desfazer.

Eu sei hoje, que o  “papai do céu” tem de ajudante o melhor coração dentre todos nós.

Hoje, ontem,o ano que passou,não, foi um ano qualquer ,não foi e nunca mais será...  

E o que temos para hoje é só saudade......